sábado, 1 de fevereiro de 2014

Rebelde - Capítulo 1

||
Cheguei com o primeiro capítulo de Rebelde Brasil. Clique em Mais Informações para lê-lo!



Saquarema, Rio de Janeiro

Micael Pov's On

Percorri um, nem tão longo, caminho até em casa de moto. Desliguei-a e parei em frente a minha casa. Fui até a oficina de casa e lá estava. O retrato meu e do meu pai em cima de uma cômoda. Peguei e fiquei observando-o. Sorri. 

- Ei, Mica - disse Lucas, meu irmão mais novo. - Aquela moto tá fazendo um barulho estranho, viu.

Assenti com a cabeça sem tirar os olhos do retrato.

- Ô Micael! 
- Fala cara - continuava sorrindo.
- Tá vendo a foto do nosso pai novamente? - percebi ele bufar.
- Qual o problema? É crime? - o sorriso simplesmente desapareceu do meu rosto e virei para ele.
- No seu caso tá mais pra ideia fixa. Acha que ele vai pular da foto e vir pra realidade?! - eu e ele saímos da oficina e percorremos um corredor. Tirei a camisa.

- Eu quero justiça, Lucas. 
- O pai se suicidou ô Mica! - eu estava de costas para ele mas senti ele fazendo uma cara insatisfação pelo tom de voz.
- Ele foi enganado, existem diferenças.
- Ah é, imagina agora: todo mundo que é enganado tem que se matar, estamos ferrados!
- EI! - falei quase gritando. Estávamos agora na pequena e humilde garagem. - Onde foi parar o respeito, moleque?

Mesmo assim Lucas continuou indignado. Ainda não entendi o problema de ver uma foto.

- O pai só se suicidou porque aquele cavajeste fez a gente perder tudo que tínhamos! - suspirei e olhei para baixo.
- O pai morreu há dois anos e você não consegue esquecer isso, Mica.
- Nem vou! Eu quero justiça, Luc, você não entende? - eu estava realmente estressado.
- Que saco! Sabe ao menos que cara é?
- Sim - olhava fixamente nos olhos dele.
- Quem é?

Sophia Pov's On

- Meu pai é claro! - eu e a Pérola estávamos descendo as escadas da minha casa. Segunda seria seu primeiro dia de aula no Elite Way.
- Mas você acha que ele vai Soph?
- Ele tem que ir, Pê - chegamos no andar de baixo e fomos direto para o espelho.
- Ai amiga, sei lá, você sempre diz que tem certeza que ele vai e quando chega lá, ele dá o cano.
- Olha, dessa vez ele vai! - me virei para ela, que estava sentada no sofá. Ela tirou minha felicidade em segundos. - Ele jurou de dedinho que ia.
- Hmm. Então tá, mas depois não vem choramingando para mim - Peróla virou os olhos e sorriu. - Vamos?
- Tá louquinha pra conhecer a escola né? - eu abri meu lindo sorriso e ao mesmo tempo abri meu gloss. 
- Óbvio que sim! E você sabe disso! Imagina eu lá, com os meninos ricos...
- Tem muita gente insuportável também okay? - falei com o dedo na boca para passar o brilho.
- Mas você fala isso porque estuda no EW desde pequena né Soph! É a mais popular de todas também!
- É... e mais rica haha! - me gabei.
- Nossa esse gloss tá lindo, qual marca?
- Importado de Milão, viu! - sorri pra ela. Falei que ia chamar o motorista e joguei beijinho pra ela. Daí ela ficou lá passando o gloss dela.

Lua Pov's On

- Larga essa coisa! É da sua mãe, menina! - disse Andréa pegando as coisas que eu tinha jogado do sofá.
- Isso é meu! - falei chegando perto dela e tomando de volta. - Mania de pegar minhas coisas, aff!
- Não é seu é da sua mãe! - ela disse pegando de novo.
- Ela que pensa, na idade dela isso é pra cobrir o corpo - tomei novamente e coloquei no sofá.
- Quieta, garota - ela sorriu e se virou para a escada.

- To saindo para a sessão de fotos e depois eu tenho massagem, ok Andréa? - disse minha mãe que parece ser menor que eu no juízo, descendo as escadas. Palmas para a cantora Adriana Garambone!
- Tudinho anotado, Adri - ela disse arrumando a jaqueta.

- Oi mãe! - cheguei perto dela.
- Oi filha! - disse. - E essa camisola é minha! - apontou para a roupa que eu estava usando.
- Fica melhor em mim.
- Fica melhor no meu armário, põe lá de volta vai. E vamos nos atrasar, vem! - ela fuzilou a agente e foi em direção a porta.
- Onde é? - me virei para Andréa.
- No estúdio do Rafa! - ela falou seguindo minha mãe.
- Hmmm! - sorri e me virei para minha mãe que estava falando.
- E ele não gosta de atrasos, anda logo Déa!
- Nenhuma artista do seu jeito, né?
- Ô Lua, isso me dá uma preguiça, um cansaço que você nem imagina! - ela pôs a mão na cintura. - Beijo, tchau. Vem Andréa!

Girei os olhos.

- Tchauzinho Lu, beijos! - ela atravessou a porta.
- Preciso conversar com você, hein - disse minha mãe e saiu, fechando a porta.

Girei os olhos de novo e suspirei. Sorri e peguei minha roupa preta que estava em cima do sofá. Fui correndo subir as escadas, tomar um banho. Estava preparando uma coisinha para a mamãe Adri Garambone. Haha! Vou brilhar.

Arthur Pov's On

Estava com o Michel folheando mais uma revista daquelas de mulheres bem sensuais com biquínis, sentado no sofá da sala.

- Essa é demais, Michel - falei apontando para uma mulher quase nua com aquela forma de maiô. 
- Que mulherão haha! - ele falou esfregando as mãos e rindo. - Pensa em você pegando uma assim!
- Eu pego quem eu quiser, pô - bati meu braço no dele, de leve.
- Ah mas a gente é moleque demais - ele disse.
- Eu gosto, vei! - nós dois rimos.

- Gosta do que, Arthur? - avistei meu pai chegando franzindo a testa. Sentei em cima da revista na mesma hora.
- O Michel tava falando das meninas do colégio - eu disse me ajeitando e ficando sério, assim como meu amigo.
- Você tá no colégio para estudar, e não para olhar as garotas - disse segurando uma maleta e indo até a sala de jantar.
- Claro pai, eu disse pra ele que elas gostam de estudar lá - menti.
- Aqueles homens cuidam da minha carreira e vão cuidar da sua - ele apontou para um grupo de rapazes sentados na mesa.
- Tô ligado pai.
- Arthur!
- O que é que foi pai?
- Tá ligado?! Por acaso você é uma lâmpada? - ele disse e saiu.

Percebi Michel segurando o riso sem sucesso.

- Pô, teu pai pega pesadão - disse Michel rindo. Tirei uma lata de cerveja do meu bolso.
- É por isso que, óh - apontei para a latinha e tirei o sorriso dele do rosto. - To sempre com a minha melhor amiga dentro do bolso.
- Você vai beber aqui? - ele se assustou. 
- Não, bora lá pro quarto - falei me levantando.
- Ta, bora! - ele disse rindo e me seguindo para subir as escadas.

Melanie Pov's On

- Você vai adorar estudar aqui, Mel - disse o Floriano, diretor do Elite Way. Aquele seria meu primeiro ano em um internato. Eu estava me mudando agora, aliás, para a cidade. Estávamos passeando pelo jardim da escola.
- Obrigada. Agradeço por ter deixado eu entrar aqui no EW.
- Ora. Você passou no teste com pudor. Merece estudar aqui.
- Ahn... posso ver meu dormitório? - falei quando estávamos parando e me virei para ele.
- Tudo tem sua hora.

Assenti com a cabeça e sorri para não passar mal impressão.

- Você sabe que nós somos uma escola diferenciada. As regras devem ser seguidas muito severamente.
- Nada de ver os dormitórios hoje - sorri mostrando os dentes.
- Só depois de passar por toda a visita - assenti de novo. - Você sabe, ficam aqui a semana toda.
- Eu sei. Só posso ir para casa sexta, não é?
- Mesmo assim, só se tiver feito tudo que é pra fazer durante a semana. Caso contrário, fica de castigo passando o fim de semana aqui.
- Arrã.
- Você sabe, Mel, aqui preparamos os jovens para a vida que lhes segue. E não apenas para a faculdade.
- Eu sei, sr. Flori.
- Esta escola é a realização de um sonho. Quinze anos de batalha que eu venci - ele sorriu. E eu também.

Chay Pov's On

Eu e minha tia Eliana já estamos chegando aqui no colégio que vou estudar. Elite Way. Que nome. Apesar de eu não gostar desse tipo de coisa, lá deve ter muitas gatinhas. Bufei. Chegamos no carro preto. Um senhor abriu a porta pra gente. 

- Eliana Guttman. Muito prazer - o homem, provavelmente diretor, bem vestido, disse e minha tia-avó colocou os óculos de sol. Sorri para uma menina que estava do lado dele. Ela olhou pra mim mas não se importou, apenas sorriu de volta. Observei ela de baixo para cima. - Esse rapaz... é seu neto né?
- Chay, beleza? - falei e dei um tapinha em seu abdome. Percebi ele passar a mão em cima depois, de dor.
- Agora o senhor pode entender porque eu quero que ele estude aqui.
- Ué, por quê?! - perguntei.
- Por causa do seu comportamento inadequado com as pessoas - ela disse tirando os óculos. 
- Ah, claro - soltei um risinho. Percebi que a garota também riu de leve. - Meu comportamente inadequado.
- A senhora fique tranquila que daqui ele sai um homem bem sucedido - minha tia assentiu com a cabeça. - Dona Eliana, faço questão que conheça os dormitórios. Por favor.
- Claro - ela disse e seguiu o diretor.

- É... pra um homem educado ele esqueceu de apresentar a gente.
- Hm. Pra um homem educado ele esqueceu de dizer que aqui rico pode e pobre não pode - ela deu de ombros.
- Ahn? - perguntei sem compreender.
- Eu pedi pra ver os dormitórios e ele disse que ainda não.
- Ah claro. Mas uma Campo Sales tem seus privilégios - sorri bobo.
- Notei - ela disse desviando o olhar e cruzando os braços.
- Nem vem. Eu num queria ser neto dela não.
- Nem eu - ela girou os olhos e seguiu para o mesmo caminho que o diretor tinha levado minha tia.
- Peraí, peraí, peraí - falei seguindo ela e sorri. - Vai ficar pra festa? - ela não respondeu, só sorriu e saiu. Sorri também e acompanhei ela.

Micael Pov's On

- Que festa o que Lucas? É só pra dá início as aulas, besteira - falei na oficina com meu irmão.
- Mas tu sabe que a mãe ralou bastante pra conseguir uma vaga tua nesse colégio.
- E por causa disso é meu dever ir na festa de abertura das aulas? - disse consertando um negócio ali que tava quebrado do motor da moto.
- Sei lá, só perguntei - ele deu de ombros. Fiquei em silêncio. - Aqui olha, tem certeza? - ele falou me mostrando um jornal, dizendo que Luciano Szafir, o cara que enganou meu pai, iria comparecer a festa. Peguei o jornal e li.
- Tá, tá, tá, tá, tá, tá! Quando é essa festa? - perguntei me virando pra ele.
- Hoje a noite.
- Chama lá a mãe, Lucas - falei sério.
- Só se for agora.

Quando ele saiu, sussurrei 'justiça'. E fiquei encarando o nada, esperando minha mãe chegar.

Vila Lene

Edwin Pov's On

- Oi Waldir - falei acenando para ele, o dono da loja de pássaros.
- Olá Edwin - ele disse sem a menor graça e sem tirar os olhos de uma pomba. Cumprimentei também o papagaio que eu todo dia ia dar comida. Eduardo me chamou, passando de bicicleta por ali.
- Hey Edwin! Já vai dá comida pra seu papagaio?
- Se eu não der comida pra ele, ele morre!
- Por que ainda não comprou-o?
- Se o cabeça dura do Waldir deixasse...
- Bom, então vou nessa - ele disse voltando sua concentração para a bike.
- Não, espera ai! As aulas começam hoje? - falei me aproximando.
- Não, só segunda, hoje tem a festa.
- Aah! E você vai a festa?
- To pensando.
- E pra que a pressa então? - perguntei.
- Porque umas pessoas vão morar lá em casa pra ajudar a pagar o aluguel, tenho que arrumar o quarto extra.
- O chato do João Victor já sabe que você vai alugar o quarto de novo?
- Não, o João nem vai perceber logo não. Ele não é chato - ele disse sorrindo e eu ri também.
- E como é que chama isso agora?! - falei rindo.
- Certo - ele sorriu e foi embora.

- Aww, vem aqui vem! - disse chamado o papagaio e colocando ele no meu dedo. - Bonitinho!
- Me tira daqui! Me tira daqui! - disse o pássaro.
- Que foi Waldir? Tá me olhando feio por quê? Se tu tratasse bem o bicho, nessa hora ele estaria no teu dedo, não no meu - sorri pra ele, que me fuzilava.
- Larga o Lourival - ele disse.
- Tá vendo eu segurar ele na marra? - perguntei.
- Solta ele Edwin!
- Tá bom, osh. Tchauzinho Lourival! - acenei e fui pra minha casa.

Um comentário:

Home Fanfics Contato Extras